SIMONDON e a EDUCAÇÃO

Os primeiros textos conhecidos de Gilbert Simondon datam de 1953 e 1954, na publicação francesa Cadernos Pedagógicos, nos quais o então professor do Ensino Médio discutia seus métodos de ensino envolvendo a abertura e construção de máquinas, como televisores, telefones e radares. Seu principal objetivo, se podemos dizê-lo, consistia em combater a alienação técnica a partir do desenvolvimento de sensibilidades tecnoestéticas, resultantes de um aprendizado tanto abstrato quanto concreto e manual, de contato direto com objetos técnicos, depositários de conhecimento humano, de imaginação e de
invenção.

Marcam esse período os ensaios intitulados respectivamente “Lugar de uma iniciação técnica em uma formação humana completa” (1953) e “Prolegômenos para uma reforma da educação” (1954), através dos quais Simondon preconiza a necessidade de converter os saberes adaptados à sociedade estável a uma
nova fase da produção de saberes, a sociedade metaestável.

“Adaptar um ser a uma sociedade estável conduz à especialização, de modo a integrá-lo a um escalão da estrutura vertical. Adaptar um ser a uma sociedade metaestável, é dar-lhe uma aprendizagem inteligente que lhe permitirá inventar para resolver os problemas que se apresentam ao longo da superfície das relações horizontais.” (SIMONDON, 2014, p. 236-237).

Hoje, a contribuição de Simondon à educação abrange variadas temáticas, que vão do letramento tecnológico ao uso da tecnologia para fins pedagógicos. O ensino da arte, como fotografia e cinema, passando pelo som e demais expressões voltadas à percepção, incluindo especialmente a noção de
informação, onipresente nas sociedades pós-industriais, todas vêm despertando interesse tanto acadêmico quanto artístico e serão abordadas ao longo dos três dias de seminário.

A participação no Seminário poderá ocorrer presencial ou virtualmente, e certificados serão oferecidos às participações com pelo menos 50% de presença.

Palestrantes

  • Aline Veríssimo Monteiro (UFRJ) – Individuação, atenção e coletivos: Simondon e a escola como espaço de devir e utopia
  • Bernardo Girauta (PPGCOM/UFRJ) – Reverberações entre a tecnoestética de Simondon e a Rússia Revolucionária
  • Bernardo Oliveira (UFRJ) – Educação, Experimentação e Cultura Técnica: sobre a individuação negra e a virada pedagógica afrobrasileira
  • Carolina Peres (Unesp) – Simondon Educador e a Experiência em Arte
  • Diego Viana (USP) – Alienação, aprendizado, afetividade: tópicos para uma pedagogia simondoniana
  • Douglas Ladislau (USP) – Inteligência artificial aplicada à educação: tecnicidade, evolução técnica e metamorfoses da escola.
  • Emerson Freire (Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza) – Por uma formação profissional tecnoestética: reflexões a partir de Simondon
  • Gabriel Cid (UFRJ) – Desastre, individuação e nomadismo: apropriações metaestáveis da divulgação científica
  • Guilherme Flynn (Unicamp) – Tecnodidática – O Laboratório de tecnologia e computação em teoria social: descolonização e desalienação tecnopolítica da produção de devires
  • Gustavo de Almeida Barros (UFSCar)- Gilbert Simondon e os desafios da Educação em Tempos do Silício
  • Henrique Antoun (UFRJ) – Pré-individual, transindividual e fantasma na teoria da cultura de Gilbert Simondon
  • Hermano Callou (UFRJ) – Alienação e emancipação técnica em Simondon
  • Maria de Fátima de Lima das Chagas – As Experiências Humana, Social e Técnica no cotidiano da educação: Um diálogo inspirado nas ideias de Gilbert Simondon
  • Maurício Rocha – Bento e Gilbert: individuação cognitiva e transindividualidade
  • Patrícia Weffort (UFPR) – Simondon como Educador: do fetiche à tomada de consciência dos smartphones
  • Pedro Peixoto (Unicamp) – Iniciação técnica hoje: do transistor à Intel
  • Rafael Rolo (Doutor pela PUC/RJ) – Gilbert Simondon e Paulo Freire: formas de alienação e libertação e libertação como processo perene
  • Thiago Novaes (Mapp/UFC) – Ontogênese do espectro radioelétrico e política pública de comunicação na era digital
  • Verônica Damasceno (EBA/UFRJ) – Entre a tecnoeducação e a tecnoestética: Simondon educador

Programação

Bernardo Oliveira (UFRJ)

Educação, Experimentação e Cultura Técnica: sobre a individuação negra e a virada pedagógica afrobrasileira

Diego Viana (USP)

Alienação, aprendizado, afetividade: tópicos para uma pedagogia simondoniana

Carolina Peres (Unesp)

Simondon Educador e a Experiência em Arte

Hermano Callou (UFRJ)

Alienação e emancipação técnica em Simondon

Maurício Rocha (Direito Puc-RJ)

Bento e Gilbert: individuação cognitiva e transindividualidade

Gustavo de Almeida Barros (UFSCar)

Gilbert Simondon e os desafios da Educação em Tempos do Silício

Guilherme Flynn (Unicamp)

Tecnodidática – O Laboratório de tecnologia e computação em teoria social: descolonização e desalienação tecnopolítica da produção de devires

Bernardo Girauta (PPGCOM/UFRJ)

Educação, Experimentação e Cultura Técnica

Aline Veríssimo Monteiro (UFRJ)

Individuação, atenção e coletivos: Simondon e a escola como espaço de devir e utopia

Rafael Rolo (PUC/RJ)

Gilbert Simondon e Paulo Freire: formas de alienação e libertação e libertação como processo perene

Maria de Fátima de Lima das Chagas (Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal) e

Karla Rosane do Amaral Demoly (UFERSA)

As Experiências Humana, Social e Técnica no cotidiano da educação: Um diálogo inspirado nas ideias de Gilbert Simondon

Patrícia Weffort (UFPR)

Simondon como Educador: do fetiche à tomada de consciência dos smartphones

Emerson Freire (Unicamp)

Por uma formação profissional tecnoestética: reflexões a partir de Simondon

Henrique Antoun (UFRJ)

Pré-individual, transindividual e fantasma na teoria da cultura de Gilbert Simondon

Douglas Ladislau (USP)

Inteligência artificial aplicada à educação: tecnicidade, evolução técnica e metamorfoses da escola.

Patrícia Weffort (UFPR)

Simondon como Educador: do fetiche à tomada de consciência dos smartphones

Pedro Ferreira (Unicamp)

Iniciação técnica hoje: do transistor à Intel

Thiago Novaes (Mapp/UFC)

Ontogênese do espectro radioelétrico e política pública de comunicação na era digital